Comentários efectuados por Paulo Silva

Não tenho necessidades especiais nem ninguém das minhas relações próximas o tem, mas o tema da acessibilidade motiva o meu interesse já há algum tempo e assim tenho desenvolvido trabalho (voluntário) na área de acessibilidade na Web.
Tenho utilizado o meu site pessoal sobre voltas de bicicleta (www.bicicletando.com) como laboratório tendo conseguido em 2009 publicar todo site de acordo com o nível 3 da WCAG em todas as páginas do site. Nesse processo de aquisição de conhecimentos e busca de boas práticas infelizmente encontrei sobretudo más práticas tendo no entanto aprendido muito.
Como resultado da conformidade do site foi-me possível verificar que os motores de busca passaram indexa-lo mais frequentemente e assim o site começou a aparecer com maior frequência nas primeiras páginas de resultados das pesquisas. O que para um site temático sem fins lucrativos, sem publicidade e sem campanhas de marketing e com um público muito específico é deveras interessante.
Exemplo: as palavras "acessibilidade conformidade" no Google devolvem o site do bicicletando na primeira página ou mesmo em primeiro, mesmo não sendo esta a temática do site. Outras combinações aparentemente não relacionadas com o tema têm o mesmo efeito.
Entretanto, no final de 2009 foi publicada a versão 2 da WCAG. Reiniciei o processo e ao longo de 2010 consegui atingir AAA da WCAG 2 também para todas as 70 páginas à data.
Tenho no site uma página dedicada à acessibilidade (http://www.bicicletando.com/dica/Acessibilidade.php) onde listo as ferramentas utilizadas para validação da conformidade que podem servir de referência a outros interessados e naturalmente para testar o próprio site.
O site tem todas as funcionalidades e grafismos que se esperaria de um qualquer site mantendo no entanto a conformidade e acessibilidade, o que deita por terra o mito de que um site acessível não pode ser bonito e funcional.
Tenho defendido junto das mais diversas entidades públicas e privadas qual a vantagem de conformidade para além da responsabilidade social. O meu argumento baseia-se na semelhança entre os motores de busca e os cegos, ambos não vêm grafismos nem utilizam rato. Ambos necessitam apenas de uma formatação correcta e conforme para obterem os conteúdos desejados. Naturalmente que a acessibilidade aos conteúdos promove a satisfação (ranking) de quem os visita.
Se visto numa perspectiva de negócio é exactamente isso que se pretende, os motores de busca são o principal modo de encontra qualquer coisa na net e são grátis. Basta assim cumprir as normas e eles fazem o trabalho por nós sem necessidade de recorre a campanhas de milhões de resultados muitas vezes não comprováveis.
Tentando contribuir para uma Web acessível,
Atenciosamente
Paulo da Silva