Olá; amigos:
Volto a este meu blog para vos oferecer o resultado de mais de 20 anos de estudo e reflecção acerca do tema "Leis Espirituais", no contexto da minha relação com a deficiência visual.
Peço que me perdoem se vou contra as convicções de alguém, entretanto, gostaria de partilhar convosco um conjunto de ideias que, a min, me auxiliaram e auxiliam na vida diária. Vou tentar não me estender demaseado, porém, o tema não é dos mais fáceis de colocar em palavras.
Como muitos de nós, comecei por me perguntar, ainda na infância, porque razão vivemos, porque um dia teremos de morrer e o que acontecerá depois da morte. Não sou pessoa de fanatismos, nem gosto de ir atrás dos outros, só porque a maioria vai por aqui ou por ali. Por isso lá fui eu por um caminho estranho para muitos.
Tomei conhecimento da ideia _ seguida por muita gente culta e por muitas pessoas sem grande cultura _ de que a vida continua de pois da morte física. Refiro-me aqui à Lei da Reencarnação que _ como saberão muitos _ ensina igualmente que também já vivemos em outros tempos e lugares antes de nascer.
Segundo esta lei, nas vidas anteriores cometemos erros e praticamos acertos e aquilo que experimentamos na actualidade é o resultado do somatório de erros e acertos que cometemos no passado adicionados à nossa maneira de viver o presente. "Compreendam, meus caros amigos, que estou a ser obrigatóriamente simplista ao apresentar a Lei da Reencarnação deste modo, uma vez que ela é muito mais profunda do que isto, mas o espaço disponível não permite ir muito mais longe sem acabar com a paciência de quem me lê."
Seja como for, aprofundei os estudos sobre esta lei e apercebi-me de que não foi descuido de Deus, nem acaso, nem infelicidade, nem erro dos meus pais, nem culpa de ninguém _ senão minha própria _ que eu tivesse nascido com 10% de visão em vez dos 100% que gostaria de ter.
Não pretendo dizer com isto que nos devamos culpar por aquilo que nos acontece, pensando:
"mereço tudo o que me està a acontecer e é muito bem feito! Coitadinho de mim, não presto mesmo para nada, porque errei e fui castigado por isso!"
Nada Disso! Esse não é o Espírito da Lei! Para mim, o Espírito da Lei deve conduzir-nos a pensar o seguinte:
" Provavelmente _ porque não é a única hipótese possível _ cometi um conjunto de erros que levaram a que eu mesmo _ ou com a ajuda de alguém na vida espiritual _ tivesse chegado à conclusão de que nascer com esta deficiência fosse a melhor forma de combater as características da minha personalidade, as quais me levaram a cometer os erros que desiquilibraram o meu comportamento."
Veja-se que não se trata aqui de CASTIGO, mas sim de encontrar um caminho para corrigir desvios da personalidade.
Por exemplo: Se eu tiver sido demasiado orgulhoso, talvez experimentar o estado de dificuldade de visão me faça aprender a ser mais humilde; Se eu tiver desprezado constantemente a ajuda de outras pessoas e tiver negado a minha ajuda a outros, talvez a deficiência visual _ ao me expôr a uma situação de maior dependência _ me ajude a perceber que todos precisamos e devemos auxiliar a todos;
Claro que eu posso também ter arrancado os olhos a alguém, _ basta estudar história para percebermos que essa era prática bem comum como punição para prisioneiros há alguns séculos atrás _ mas essa está longe de ser a única razão possível para eu ter problemas de visão nesta vida física.
Na verdade, o que importa é entender que a situação de quem sofre, à luz da ccorrecta interpretação da Lei da Reencarnação, não é a de um penitente castigado por Deus a pagar o mal que fez; é, isso sim, a de um espírito consciênte que aceitou, antes de nascer para esta vida física, uma condição de existência que lhe pareceu a mais indicada no sentido de ultrapassar as próprias dificuldades.
Claro que há pessoas que nasceram deficientes contra a sua própria vontade. Nesses casos, os guias espirituais dessas pessoas não puderam permitir que adiassem mais uma experiência sem a qual lhes seria negada a oportunidade de aprender determinada lição que recusaram interiorizar em cenários mais benevolentes.
Entretanto, se você é deficiente, e tem um grau de inteligência que lhe permite destinguir o certo do errado na maior parte das ocasiões; se você possui sensibilidade para descirnir sobre como agir e o faz de forma equilibrada na maioria das situações da sua vida actual; certamente, você não tinha menor sensibilidade ou inteligência no seu estado de espírito liberto da matéria. Por isso, se você considera que, na existência actual, pensa com bom senço e age com sensibilidade equilibrada; então, certamente _ repito _ você agiu com essa mesma clareza de intelecto e de coração quando teve de ponderar _ naturalmente com ajuda _ sobre qual seriam as condições mais aplicáveis às suas necessidades na vida física presente. E, acredite, Se temos capacidade para dar uma opinião equilibrada sobre o assunto, ela é-nos pedida e levada em consideração.
Só mais um parágrafo para responder aos que poderão estar a pensar: Eu nunca aceitaria vir deficiente!
Meu querido amigo, ou amiga: Eu também não, se estivesse convencido que só se viveria uma vez e que o futuro não existisse. No entanto, se vivesse na vida espiritual _ em que a morte não existe e apenas há o futuro a dar a cada um o que cada um sabe que precisa _ não me importaria de passar uns 70 ou 80 anos na pele de um deficiente para poder ter séculos e séculos de maior equilíbrio. Ou será que algum de nós declinaria a necessidade de fazer uma operação _ por mais complicada que fosse _ para poder viver saudavelmente até ao fim da vida?...
Nota final:
Por favor, peço que ninguém, seja de que religião seja, se sinta ofendido ou posto em causa por aquilo que disse aqui. Respeito todas as religiões e, como gosto muito de estudar história, já entendi que todas as que conheço, têm feito muito mais bem do que mal às pessoas no seu todo. Se existem coisas menos boas nas religiões, Deus não tem nenhuma culpa disso. Para mim, toda a fé é respeitável. Mas, Deus, ou o Universo, querem que os descubramos e os entendamos. No mundo espiritual, todas as religiões são respeitadas! Aqui, no mundo físico, um dia, será igual!
Obrigado pela atenção,
um abraço!
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Comentários
Comentando p/Jorge
Li sua postagem, achei muito interessante e concordo contigo em tudo que disseste. Pois acredito na reencarnação e na justiça de Deus. Devido a isso também quando pareceu minha deficiencia que fazem 3 anos, tenho 12% de visão tubular, hoje aceito a mesma com resignação, claro que não devemos confindir com acomodação. Fiz todas as cirurgias prevista, e hoje estou com a doença estabilizada. Obrigada.
POSSO ENTRAR?
Acho que já entrei depois de ler o exposto acima.
Nada de pessimismos. Jesus Cristo dá-nos a resposta, se a quisermos aceitar: "em casa de Meu Pai há muitas moradas; vou preparar-vos um lugar e depois venho buscar-vos". Ora se lá, junto de Deus, temos morada porque é que precisamos de reincarnar para "expiar" os nossos defeitos e regressarmos mais perfeitos? Acho que o raciocínio acaba por não ter lógica ou seja, depois de uma vida, mais ou menos longa neste mundo em que temos a liberdade e a oportunidade de servir os irmãos e, através deles, honrar o Senhor de criação, resta-nos a "coroa de glória", como diz S. Paulo, que receberemos pelo nosso empenho em transformar, para melhor, este mundo em que nos é dado viver.
Quanto à cegueira do Jorge, Jesus também teve uma resposta. Quando alguém, num momento em que passavam junto de um cego, lhe perguntou: "Mestre, quem pecou? Foi ele ou foram os seus pais?". A resposta de Jesus foi muito clara: "nem foi ele nem os seus pais. Isto aconteceu para que nele se manifestasse a glória de Deus". E deu-se, então, a cura do cego por Jesus. A cura teve, como finalidade principal, mostrar que Jesus foi enviado por Deus para salvar a humanidade. Assim, cada um de nós, com qualidades e defeitos, com todos os sentido perfeitos ou defeituosos, somos obra do mesmo criador e Pai. Todos temos algo de bom que devemos por a render e não esconder (para não ser roubado); a todos foram concedidos dons - o Jorge pensa, escreve bem, procura a Verdade sem se limitar a maldizer a sorte que teve- que devemos colocar ao serviço dos outros. Nessa medida o nosso "capital" será multiplicado por cinco, por dez ou por cem. E nestas condições nos apresentaremos, no fim da vida, perante Aquele que foi o nosso princípio, é o nosso caminho e o nosso último destino.
Com amizade, Costa Gomes
Espiritualidade
Caro Jorge e amigos:
Penso ser enriquecedora a reflexão colocada neste artigo, independentemente do caminho religioso adotado por cada pessoa.
Creio que a vida verdadeira enfatizada por Cristo não é essa em que passamos pelas mais diferentes provas. Como sugere o artigo, estamos nos aprimorando para uma vida futura. Lamentações excessivas são danosas para o presente e só atrasam a caminhada.
Claro que (como qualquer pessoa) temos direito ao entristecimento, que ele seja breve para todos.
Um abraço
Abrahão
Convite:
Caro Abraão, como vai?
Criei um grupo de discussão para tratar da questão: haverá vida depois da morte? Segundo me parece é tema importantíssimo já que todos, um dia, nos depararemos com esta questão, à qual não poderemos fugir. Porquê deixar para perguntar quando nos virmos diante do fim da existência física?
Pelo meu lado, tendo passado os últimos vinte anos a estudar o assunto, acredito _ como a maioria das religiões _ que o espírito continua a viver quando o corpo fenece. Mas como não me considero dono da verdade, pretendo ouvir as opiniões e as experiências de todos os que quiserem participar e acredito que ninguém deixará de ganhar com a troca de ideias.
Para ajudar a ordenar a conversa, se me permitirem, vou propondo alguns itens para análise, contando, embora, com as sugestões dos participantes para conduzirem o diálogo na direcção que forem achando mais interessante.
Começo por pedir a todos uma pequena apresentação pessoal e que revelem a razão pela qual aceitaram participar num grupo com este objectivo. Também gostaria que começassem por responder ao seguinte desafio:
Acredita na existência de Anjos Guardiães? Porquê? Se acredita, já tentou obter algum tipo de auxílio de tais entidades? Conseguiu obter tal ajuda?
Muito obrigado por ter aceite participar neste grupo!
O moderador:
Jorge Teixeira
Convite aceite
Caro Jorge,
Sempre me decidi dizer umas palavras, espero que não muito maçadoras acerca do tema que lançou e que me aguça bastante a curiosidade, também, porque há muito tempo me questiono sobre muitas coisas, mas desde há poucos anos anos para cá, vivi momentos muito delicados na minha vida e quero acreditar que foi desde então que me comecei a concentrar no principal e a dar-lhe especial atenção, fruto da Fé e da crença em Deus. Foi Ele quem me segurou o rosto e me impediu de chorar mais uma lágrima que fosse aquando de um enorme desgosto (até estranhei). Se já antes não era indiferente à espiritualidade, desde então muito menos passei a ser e aumentei essa chama diante de outros factos que guardo no coração, mas que me fizeram compreender que as manifestações do Espírito Santo surpreendem-nos quando menos esperamos, não ocorrem porque nós queremos mas porque Ele acha que encontrou em nós um bom hospedeiro para se alojar e ficar à vontade connosco, para se manifestar da forma que melhor entender (uma forma diferente da outra). Como dizia Dom Carlos Azevedo Bispo de Lisboa, não nos devemos limitar a abrir a porta e deixá-lo ali para lhe voltar as costas dizendo "eu venho já!" ou desatar a desbobinar um churrilho de pedidos... antes devemos mandá-lo entrar e pôr-se à vontade, como bom anfitreão e deixá-lo falar ao que veio, tocar em assuntos que possam ser do seu agrado e deixar a conversa rolar. Ao seu ritmo a conversa fluirá para outros caminhos que também a nós inquietem, mas deixemo-lO falar e estejamos disponíveis para o ter em nossa casa (coração).
É bom aproveitar a paz da noite antes de adormecer, para esperar esta visita e recebê-la como ela merece! De madrugada, se entender, pode bater à porta e surpreender-nos da forma que entender, se algo de importante tiver para nos dizer, provavelmente, se lhe mostrar-mos essa inquietação e lhe deixarmos o convite para aparecer ás horas que melhor entender por conveniente... (e nos deixasse recordar a sua visita pela manhã ao acordar). É o treino diário que educa o ouvido e o trato com o Espírito, tal como a música que gostamos ou não de ouvir... A meditação poderá ajudar.
Faz bem escutar aquela vozinha lá bem no fundo que se antecipa à nossa própria voz e nos faz dizer: "é a Sua voz ou é a minha?" Há alturas que se geram dúvidas mas o melhor é parar de falar e escutar, simplesmente. Dar silêncio ao corpo e à alma e pedir ao Criador, ou ao Universo se entenderem, mas persistentemente num desejo sincero e convicto, de aumentar a sua própria Fé e colcoar-se à mercê daquele que dizem acreditar para se manifestar em si mesmo e lhes mostrar o que considere importante saberem para vossa própria felicidade e sobretudo para realizar a sua vontade! O que espera de cada um só sabe aquele que lhe pedir pistas, com humildade, mas nem sempre no momento que esperar tê-las. Depois de nos sentirmos tão próximos d'Ele não conseguimos ficar quietos, nem calados mas ainda assim, é preciso saber conter as palavras porque "os segredos não se contam".
Em Deus, Jesus e até no Demónio acredito e devo dizer que também nos vê e ouve mentalmente e nos tenta como se pretendesse ganhar mais um jogador para a sua equipe, em deterimento do esforço do adversário, mas como eu venho dizendo, "comigo, laranja... só em sumo" e mais não digo.
Conheço alguém que vê anjos e fadas desde os seis anos de idade e até unicórnios, mas nunca a questionei sobre isso, mas fala com eles e eles guiam-na. Em todo o caso quando lhe falaram em mim, antes de me conhecer, ela pensou que eu era morena e de cabelo encaraculado, mas errou. Provavelmente porque em alguma outra encarnação teria sido como ela imaginava? Se calhar, nunca a questionei sobre isso. Facto é que passei a acreditar que muita coisa é possível, apesar dos olhos do comum dos mortais não ver, ao passo que outros podem ter visões óníricas, sem perceber como e porque deixam de a ter.
Cabe a cada um esforçar-se por procurar as respostas às suas perguntas, pois creio que é disso que no Alto estão à espera (que não sejamos passivos) para nos surpreender. Só assim compreenderemos o nosso lugar neste mundo, os segredos do advir e a missão a que viemos assumir em prol de que metas, mas a aceitar com total convicção, o que é menos fácil...
Se fui ajudada superiormente, sem dúvida que fui e estarei eternamente grata por todas as bençãos recebidas, desde a cura do meu cancro e da maleita da minha mãe que a deixou parecia moribunda. São Pedro e Santo António também me escutaram todas as vezes. Por outro lado, também o Dr. Sousa Martins se tornou um amigo incrível, mas sou uma ingrata para o meu Anjo da Guarda, pois raramente me lembro de lhe falar, sequer agradecer a sua protecção e companhia...
Em suma, com o meu testemunho apenas pretendo mostrar que a Fé realmente é capaz de mover montanhas quando se ousa desejá-lo, mas deve ser espontânea, humilde e desinteressada, como aliás a relação com os nossos semelhantes e antes de sermos exigentes com o Alto devemos ser mais exigentes connosco para que nos levem a sério e não nos vejam como crianças caprichosas a pedinchar tudo o que querem! É preciso conquistar a confiança do Alto e dar-lhe espaço para se instalar como deve ser e fazer ecoar a sua voz no nosso espírito. Experimentem pedir que Deus derrame sobre vós a sua benção e a sua imensa luz e usufruam da paz desse encontro.
Tenho imensa curiosidade por perceber o que há para lá da morte, mas sei que depois da morte só cá anda quem tem algum assunto por resolver, segundo ouvi dizer e mesmo depois disso persistem incógnitas. O conhecimento que se tem acaba decorrendo maioritariamente de filmes, de gente com capacidades extrasensoriais que alguém conhece em dado momento ou lugar.
Peço desculpa pelo alongar do discurso, mas é um tema que dá realmente pano para mangas e não deve deixar ninguém indiferente, acredito... Todos terão algum contributo a dar.