Nota do Lerparaver: recebemos esta carta com pedido de divulgação.
Embora não conheçamos o caso em concreto, divulgámos por pensarmos que a informação é verdadeira, não nos responsabilizando por eventuais falhas.
Esta carta foi enviada já para várias entidades públicas bem como para a comunicação social.
Esperemos em breve podermos dizer que o problema foi resolvido.
Cláudia Rocha
Manique - Alcabideche
Manique, 01 de Outubro de 2008
Assunto: Falta de Educadoras de Educação Especial no Programa de Intervenção Precoce no Agrupamento da Alapraia - Estoril
Exmos. Senhores,
Chamo-me Cláudia e sou mãe de um menino que nasceu a 18 de Abril de 2006.
O meu filho à nascença fez uma Encefalopatia Hipóxico Isquémica Grau I, pelo que aos 6 meses de idade foi-lhe diagnosticado Paralisia Cerebral (Hemiparésia Lateral Direita) que lhe afectou a nível motor, assim como o seu desenvolvimento cognitivo. A partir dessa idade iniciamos uma longa caminhada para a sua reabilitação através de sessões de Fisioterapia, sessões de Hidroterapia e sessões de Terapia Ocupacional.
No início do Ano de 2008 e após ter conhecimento do Programa de Intervenção Precoce, referenciei o meu filho no Centro de Saúde de Cascais.
No dia 20 de Fevereiro de 2008 o meu filho foi sujeito a uma Avaliação do Desenvolvimento Global de acordo com The Schedule of Growing Skils, por 1 Terapeuta e por 2 Educadoras.
Segundo a Avaliação o meu filho apresenta em algumas áreas, um perfil de desenvolvimento abaixo dos parâmetros normais para a sua idade, nomeadamente na cognição, fala, linguagem e visão.
Nesta sequência o meu filho foi inserido no Programa de Intervenção Precoce no Agrupamento da Alapraia, tendo o apoio de uma Educadora do Ensino Especial.
Iniciámos as sessões com a Educadora no 3.º Período Escolar, tendo o meu filho apoio domiciliário 4h por semana repartidos por 2 dias.
No final do período Escolar, a Educadora elaborou um Relatório Final onde concluiu que:
É uma criança com Hemiparésia Lateral Direita com sequelas desde a nascença e um consequente atraso significativo. Devido à sua problemática, faz as suas aquisições de forma mais lenta. Apresenta um atraso bastante acentuado nas funções da fala com dificuldade em articular. Verbaliza muito pouco, com reproduções de sons intencionais, repetitivos e por imitação, demonstrando um ritmo inconstante na fluência e ritmo da fala.
Nas funções mentais específicas, revela dificuldades acentuadas nas funções de atenção, nas funções psicomotoras e nas funções mentais da linguagem, pelo que se considera que a continuidade do Apoio da Intervenção Precoce é imprescindível para esta criança e para o seu melhor desenvolvimento.
Todo o processo do meu filho foi devidamente encaminhado pela Escola Agrupamento da Alapraia para as Entidades Competentes.
No início do presente Ano Lectivo (15 de Setembro de 2008) entrei em contacto com o Departamento de Educação Especial/Intervenção Precoce onde fui informada que até à presente data o meu filho não tinha ainda uma Educadora designada.
Esta situação devia-se ao facto do Agrupamento da Alapraia ter solicitado à DREL a colocação de 7 Educadoras (o mesmo número do ano anterior) e até à data só ter sido colocada 1.
Aconselharam-me nessa altura para entrar em contacto com a DREL com o Departamento de Educação Especial e expor a minha situação.
Nesse mesmo dia consegui contactar a DREL que contactou o nosso Agrupamento tendo o mesmo confirmado a situação, ainda só tinham 1 Educadora colocada, quando tinham solicitado 7. Informaram-me ainda que a presente situação passava pela Direcção Geral de Recursos Humanos a Educação, pois seria este Departamento que promove a colocação de Professores pelo que deveria aguardar até ao final do mês de Setembro, altura esta em que se pensava que a situação estivesse solucionada.
Hoje e visto estarmos a chegar ao final do mês de Setembro, entrei em contacto novamente com o Agrupamento da Alapraia e qual não foi o meu espanto quando fui informada pela Direcção do Departamento de Educação Especial que a situação se mantinha, continuando a existir somente 1 Educadora das 7 solicitadas à Direcção Geral de Recursos Humanos a Educação.
Face ao exposto:
1 O meu filho continua sem Apoio Educativo, não existindo qualquer previsão para o início do mesmo;
2 Cerca de 60 crianças, pertencentes a este Agrupamento, com necessidades Educativas Especiais não têm Apoio Educativo por falta de colocação das Educadoras necessárias.
Estranhamente constato que a Educadora que acompanhava o meu filho encontra-se no Fundo de Desemprego, não tendo sido ainda colocada em nenhuma Escola.
Perante tal situação a minha revolta é enorme em pensar que:
3 Afinal não somos todos iguais;
4 Afinal não temos todos as mesmas oportunidades;
Afinal existem diferenças, entre as crianças normais e as crianças com necessidades Educativas Especiais, apesar do nosso Estado dizer o contrário, sim porque o Ano Lectivo iniciou em 15 de Setembro de 2008, mas foi só para alguns, contrariando o disposto no art.º 23 da Convenção sobre os Direitos da Criança, que diz:
No caso de seres deficiente, tens direito a cuidados e educação especiais, que te ajudem a crescer do mesmo modo que as outras crianças.
Atentamente,
Cláudia Rocha
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Falta de Professores do Ensino Especial
Os nossos actuais "Governantes estão muito ocupados com os seus umbigos ,devem ter esquecido os direitos das crianças diferentes, (sim não votam ainda)!.....Os professores não são precisos nas escolas oficiais pois não queremos muita educação nem cultura .Existem os colégios para os seus filhos e amigos !..................................Podemos ter prefessores do ensino especial no fundo desemprego, mas não os colocamos a fazer aquilo para que se prepararam ,escolheram serem os educadores de crianças especiais que necessitam destes tecnicos que se dedicam com todo o amor e carinho a estas crianças ,sim ! Porque também é preciso pessoas especiais para estarem ao lado dos nossos filhos ,netos,irmãos.....etc......etc...M.Manuela G avó do Guilherme.
É vergonhosa a forma como
É vergonhosa a forma como os governantes deste País tratam os neninos que mais necessitam, tenho uma filha que tem uma pós licenciatura no ensino especial para se dedicar de corpo e alma àqueles que mais necessitam e não foi colocada, em 2007 foi colocada por uns meses em oferta de escola os meninos que a tiveram como professora, este ano choram não querem frequentar a escola, porque querem a professora do ano passado. A minha filha está no desemprego angustiada, esperando que tal como os seus meninos o Ministério da Educação se lembre dela e de outras que os nossos meninos tanto esperam.
Falta de Educadores na IP
Olá
É pelo meu e por muitos meninos em situações idênticas à nossa que eu batalho. Actualmente o meu objectivo é pressionar a DREL/Ministério de Educação entre outros para que as 6 Educadoras do Ensino Especial sejam colocados no Agrupamento de Escolas da Alapraia, neste momento e mais uma vez essa colocação só poderá ser feita através de "oferta escola", o que é uma vergonha, quer para o nosso Governo, quer para o nosso País.
O meu conselho é que os Pais dessas crianças que estão sem apoio se juntem e escrevam uma carta denunciando a situação, quer para a ANIP (Associação Nacional da Intervenção Precoce), quer para a Associação da Paralisia Cerebral, quer para a DREL, quer para a Escola respectiva, quer para o Ministério da Educação, não esquecendo a Assembleia. Se mais Pais se indignassem perante os faxtos que relata, possivelmente os Professores / Educadores que se encontram sem trabalho seriam colocados.
Por isso o meu Apelo vai de encontro aos Pais, que não se "calem", que não fiquem "parados" à espera que o Ministério da Educação lhes coloque um Professor, considero que todos os Pais de crianças especiais deveriam juntar-se numa luta conjunta e expor todos os casos de negligência dos direitos fundamentais das nossas crianças.
falta de educadoras
Ana RochaBoa tarde Claudia, eu chamo-me Ana tenho 26 anos e sei braille desde os 4 anos. Infelizmente por motivos pessoais não tenho licenciatura completa, estava a tirar informática mas pretendo ensinar braille a crianças e jovens. Se eu a poder ajudar contacte-me para alanarocha@sapo.pt cumprimentos Ana Rocha