Esclerose Múltipla: Novos doentes recebem tratamento hospitalar com a medicação mais barata
Inúmeros hospitais nacionais estão a efetuar tratamentos a novos doentes com esclerose múltipla, apenas com o medicamento mais barato, com o objetivo de poupar dinheiro, alerta uma das associação representativa daqueles doentes.
Manuela Neves, representante da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, a propósito do dia que assinala a doença, declarou à agência Lusa que muitos dos novos doentes estão a ser tratados com o medicamento mais barato.
Esta situação, acusa, não é recente, tendo começado no Hospital de Braga e propagando-se até ao sul, nomeadamente até ao Hospital Garcia da Orta, onde dois doentes já estão a ser tratados com este novo procedimento. Estes hospitais, passaram a disponibilizar somente o medicamento mais barato, com o objetivo de poupar.
Segundo a representante do SPEM, existem seis medicamentos de primeira linha, para o tratamento desta doença, sendo que têm diferentes resultados entre os vários doentes.
"Os hospitais decidiram comprar um único medicamento, dado independentemente da prescrição do neurologista. Pode ser uma situação complicada e grave, porque os medicamentos são diferentes e não têm eficácia igual em todos os doentes", alerta Manuela Neves.
O caso é grave, dado que a adotação desta nova medida, faz com que os doentes sejam prejudicados, visto que os hospitais não estão a respeitar as receitas prescritas pelos neurologistas, realizando o tratamento sempre com o mesmo medicamento.
A SPEM já se uniu a outras associações representativas, com o objetivo de solucionarem esta questão, levando-o o caso às reuniões de conselho dos hospitais e ainda à Assembleia da República.
Manuela Neves adiantou ainda que já foram recebidos pela Entidade Reguladora da Saúde e pela Ordem dos Farmacêuticos, faltando apenas o ministro da Saúde, Paulo Macedo, ao qual já pediram uma audiência.
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