Depois de assinar pela inconstitucionalidade do projeto de lei, assinado pelo vereador Euclides Buzetto (PT), que prevê a instalação de caixas eletrônicos formatados em braille e num sistema especial de áudio, em cada um dos 40 pontos de atendimento bancários em Piracicaba, a comissão de Justiça da Câmara de Piracicaba decidiu refazer o parecer, depois de ter sido avisada por um juiz que reside no Estado do Acre e entrou em contato com o legislador.
O magistrado soube do projeto lendo, via internet, a reportagem sobre o assunto publicada com exclusividade pela Gazeta, na edição do último dia 26. De acordo com o juiz, cujo nome não foi divulgado, há uma jurisprudência no País que permite a instalação dos caixas.
No primeiro parecer, contrário, a comissão alegou que não caberia à Câmara legislar sobre o tema. Apenas o prefeito poderia propor a iniciativa. Comprovada a permissão da lei maior, o projeto de lei assinado por Euclides Buzetto volta a tramitar no Legislativo com o aval da legalidade.
O vereador defende que a matéria seja apreciada em plenário até antes do dia 15, quando a nova Mesa Diretora será escolhida pela Casa.
Se não houver tempo hábil para que o Colégio de Líderes confirme o projeto para a pauta da próxima semana, a alternativa, aceita por Buzetto, é transferir a votação para as primeiras sessões de fevereiro do ano que vem, quando a Câmara retorna do recesso parlamentar.
O parecer favorável da comissão de Justiça não foi comemorado apenas pelo petista.
Drama
Deficiente visual desde a infância, o estudante de Psicologia, Vinícius Pereira do Nascimento, 24, coordenador do Movimento Estadual dos Cegos, considera o novo documento uma vitória para cerca de 50 piracicabanos que enfrentam muitos problemas quando precisam ir ao banco.
Sem os caixas em braille, os saques, depósitos em conta e outras operações consideradas simples para a maioria da população e também pelos correntistas das instituições financeiras, são procedimentos que se transformam em verdadeiros dramas para as pessoas que não enxergam.
Os serviços só podem ser efetuados com a ajuda de um funcionário do banco. Nos finais de semana e nos feriados, quando as agências estão fechadas, é ainda mais difícil. Se não estamos ao lado de parentes ou amigos, resgatar o pagamento ou quitar uma dívida vira um grande desafio, algo muito perigoso, frisa.
Fonte: http://www.gazetadepiracicaba.com.br
Nota: contribuição, via e-mail, de Pedro Afonso.
-
Partilhe no Facebook
no Twitter
- 2490 leituras
Comentários
Porém
Só tem um porém com tudo isso não adianta termos somente o caixa em Braille, se não tivermos o software que lê a tela, porque o Braille só facilitaria pára sabermos as teclas, mas também devemos saber o que acontece na tela, e a ordem, como tudo é pedido por exemplo inserir cartão, digitar ano do nascimento, isso é importante porque se ocorre algum erro o deficiente visual não fica sabendo o que está acontecendo. Onde eu trabalho por exemplo não existe o Braille mas tem o software, e ao meu ver o Braille nem tem tanta necessidade, auxiliar sim, mas nós podemos memorisar o teclado como eu por exemplo utilizo o teclado de computador normalmente, somente com o software, e até porque nem todos os deficientes visuais conhecem Braille, como os que perderam a visão posteriormente e não nasceram com a deficiência. Bom aí é uma questão de opinião, mas mesmo assim acho a iniciativa louvável em prol da acessibilidade.