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Mais de sete mil cidadãos pedem Internet acessível a cegos

por Lerparaver

Sofia Rodrigues

Petição entregue na AR pede lei que obrigue a cumprir as normas mundiais de
Acessibilidade

Tarefas do dia-a-dia tão banais como levantar dinheiro num multibanco ou comprar um bilhete de autocarro tornam-se quase impossíveis para quem não vê.

Um grupo de cidadãos lançou uma recolha de assinaturas para melhorar as acessibilidades da Internet, telemóveis, televisão e venda electrónica de produtos e de serviços, através de uma lei própria. A petição, com perto de 7500 nomes, já deu entrada na Assembleia da República.

A crescente disponibilização de serviços on-line como o comércio electrónico ou o home-banking veio facilitar a vida de muitos deficientes, até porque dispensam a deslocação física a agências bancárias ou outras lojas. O problema, em particular para os cegos, é que muitas das páginas são inacessíveis. O leitor de ecrã utilizado pelos invisuais só faz a leitura de letras.

Se o utilizador consultar um link com um gráfico, por exemplo, essa informação não é lida. Noutros casos, a página web obriga a utilizar o "rato", instrumento que não é usado pelos invisuais.

"Em muitos casos, as soluções são simples e de baixo custo. Bastaria um suporte áudio", defende Mariana Rocha, advogada, invisual e uma das três promotoras da petição pela acessibilidade electrónica.

As queixas também incidem sobre os terminais Multibanco instalados nas ruas. Alguns já têm um sistema de voz activado, mas o som não é controlado pelo utilizador e, por vezes, está muito alto, permitindo a outros ouvir a descrição das operações. Em empresas de transportes públicos, a venda de bilhetes através de máquinas está também vedada aos cegos por falta de um sistema de som. A adaptação a este tipo de clientes não foi sequer feita em empresas recentes como a Metro do Porto, exemplifica Mariana Rocha.

A petição pretende que a Assembleia da República ou o Governo adop- tem uma lei que obrigue os sites de toda a administração pública a respeitar regras internacionais de acessibilidade. Actualmente, há apenas uma resolução do Conselho de Ministros que incide sobre os conteúdos on-line de alguns organismos públicos e que não prevê sanções para quem não cumpre as regras.

Fonte: http://jornal.publico.clix.pt/magoo/noticias.asp?a=2007&m=03&d=12

Comentários

Esta iniciativa, é louvável e mostra o quanto o lerparaver tem sido útil na conquista de meios mais acessíveis para os cegos.
Sem dúvida, somos todos gratos aos amigos que tiveram esta ideia Cuja iniciativa, poderia ser iniciada em outros países de lingua portuguêsa. por exemplo nosso querido Brasil. Parabéns portanto, aos amigos de portugal e a este site que a cada dia, demonstra sua eficiência em nível de informação direta aos cidadãos que não possuem visão física.

Leo Soares