Comentários efectuados por Michel
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Prezados, concordo com tudo o que foi comentado até agora. Cego e deficiente visual são os termos que devem ser utilizados, sem rodeios, sem frescuras. Quaisquer outras designações, além de em nada contribuírem para nossa vida, acabam se convertendo em uma barreira para a efetiva aproximação entre cegos e videntes, porque sempre haverá uma dúvida e um constrangimento destes ao se referirem às pessoas que não enxergam.
O pior de tudo é ver que, se você tenta desembaraçar um vidente, dizendo que ele pode utilizar a palavra "cego" normalmente, será visto como um "conformado", um acomodado diante da "tragédia" que se abateu sobre sua vida.
No meu entender, no que tange às terminologias, dois princípios são fundamentais: o do respeito e o do bom senso. Com efeito, você não pode pretender que um indivíduo sem instrução adequada fique se policiando o tempo todo para utilizar os "termos corretos"; da mesma forma, o indivíduo que conhece alguém que se sente ofendido diante de um determinado termo deve evitar utilizá-lo, até que o outro perceba que essas terminologias levam do nada para lugar nenhum.
Olá Francisco, acredito que em pouco tempo teremos condições de ver uma pessoa com deficiência como ministro do Supremo Tribunal Federal, mas não creio que seja desta vez.
É que existem interesses políticos pesados nesta nomeação, haja vista que o novo ministro da suprema corte terá condições de julgar os recursos do processo do mensalão, e não é descartável a hipótese de ser nomeado alguém alinhado aos interesses do governo. De qualquer modo, a nomeação de um deficiente é questão de tempo! Não percamos a esperança!
Em tempos como estes em que os cegos ainda enfrentam uma verdadeira epopeia para ter acesso a livros, o portal visionvox é uma importante contribuição para a democratização e o estímulo da leitura entre nós. Conheço o portal há algum tempo, visito-o com frequência e sou fã incondicional!
Olá Diego! Realmente, não é raro encontrar cegos cursando Direito ou já exercendo alguma profissão jurídica. Diria que, juntamente com a música, essa ciência é a que mais se identifica conosco, embora não se possa fazer esteriótipos a partir da situação, dizer que são as únicas coisas que os cegos podem fazer. Também recebo materiais da Fundação Dorina Nowill, os quais me colocam em pé de igualdade com os demais e, se bem aproveitados, posso voar muito longe! Além disso, participo de uma lista de discussão integradas por deficientes visuais que se ligam ao Direito de alguma forma. Trata-se da lista DvJus, cujo endereço para subscrição é dvjus_subscribe@mundocegal.com.br. Trata-se de um espaço no qual se trocam materiais e se realizam debates interessantes sobre diversos temas jurídicos. Caso você ainda não participa, sinta-se convidado a fazê-lo, será muito bem-vindo! Se quiser estabelecer algum contato envie e-mail para michelibirama@gmail.com. Abraço!Michel
Olá Jfilipe, concordo integralmente com seu comentário. É bem possível que o Brasil tem uma das legislações mais avançadas do mundo em matéria de acessibilidade, e creio que em Portugal não deve ser diferente. Entretanto, não basta colocar no papel, não basta proclamar aos quatro ventos que todos merecem tratamento igual se não forem adotadas medidas práticas. Deve haver fiscalização, mas também é preciso definir as sanções a que estão submetidos os infratores. Isto porque, ressalvadas algumas exceções, as leis têm cunho mais recomendatório do que imperativo, aconselham mais do que obrigam. E isto deveria funcionar para conscientizar as pessoas acerca da questão. Contudo, caminhamos ainda a passos de tartaruga. A lei que coloquei aí caminha para seus 11 anos de existência, e seus efeitos começam a ser sentidos gradativamente; a lei que estabelece as cotas para as empresas brasileiras completa 20 anos, mas a situação ainda está longe da ideal. Neste ambiente, é imperiosa a atuação de instituições destinadas à defesa de interesses coletivos e das entidades de e para pessoas com deficiência para que sua presença seja sentida e sua atuação respeitada. Abraço! Michel
MichelNobre colega, sou acadêmico do 7º semestre do curso de Direito. Estudo no Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí, em Rio do Sul/SC. Se o amigo deu uma passeada pelo portal nas últimas horas, pôde perceber que tenciono criar um tópico de fórum em que possamos debater o direito das pessoas com deficiência. A ideia inicial é tirar dúvidas quanto à legislação (notadamente a brasileira, uma vez que já existe tópico abordando o sistema normativo português), abrir espaço para alguém que desejar prestar esclarecimentos jurídicos, avaliar a justiça e a coerência de determinada lei ou projeto que surgir... Espero que possamos desenvolver um espaço saudável de discussão e conto com os colegas juristas. Abraço!
Caros amigos. A meu sentir, qualquer debate que se faça sobre o significado de "ver" ou "não ver" deve estar pautado em algumas premissas:
1. Quem enxerga jamais compreenderá o que é ser totalmente cego e vice-versa. Não é raro ouvir uma pessoa vidente dizer "o que você enxerga é o escuro, é preto". É difícil uma pessoa imaginar que nem isso sou capaz de enxergar. Da mesma forma, é muito difícil (diria inútil) um cego de nascença identificar cores ou descrever uma pessoa com precisão sem tocar nela. Uso o termo cego porque não tenho problema com ele, mas não quero aqui desrespeitar alguém que, porventura, não se sinta bem com essa palavra.
2. Temos algumas limitações que as demais pessoas não têm. Se assim não o fosse, por que razão debatemos a obrigatoriedade do fornecimento de livros em braile ou digitalizados pelas editoras? É evidente que muitos desses obstáculos são obra quase que exclusiva do meio social, mas eles existem.
Com isto quero dizer que:
1. A pessoa cega não deve ficar meditando como é (ou como foi) enxergar; isso é algo que está para além de suas forças e, a depender do desenvolvimento da ciência, poderá acontecer ou não.
2. Não enxergar impõe limitações, mas não é um martírio. Falamos, pensamos, sentimos, crescemos física e intelectualmente, amamos... Muitas das limitações que existem são impostas pela sociedade, não decorrem diretamente de características físicas. Por essa razão, devemos buscar igualdade de tratamento, ter os mesmos direitos e deveres, aceitando como únicas distinções aquelas que decorram da própria natureza. Abraço!Michel
Olá Diego, também sou estudante de Direito e utilizo dos livros digitais acessíveis fornecidos pela Fundação Dorina Nowill. Tal fato representou um avanço sem precedentes no meu desempenho acadêmico, pois em nada fico devendo ao que é exigido na bibliografia das disciplinas. Entretanto, quero ter a possibilidade de ter acesso a uma obra sem intermediação, quero ter a oportunidade de comprar ou encomendar da editora uma versão digitalizada de um livro que pretendo ler.
Não é raro ouvir pessoas dizendo que o fato de termos iniciativas como a da Fundação Dorina torna nossa vida mais fácil, ou até melhor do que a dos videntes. Se é assim, por que razão não somos campeões em empregabilidade, uma vez que, pelo senso comum, nossa deficiência é a menos difícil de se enfrentar? A igualdade por que luto é aquela que me permite dizer que não tenho privilégios ou desvantagens em relação a qualquer outro indivíduo, salvo naquilo que for inerente à deficiência, algo decorrente da própria natureza. Abraço!Michel
Oi Ana, oi amigos! Este texto que escreveste revela uma coisa que se torna cada vez mais escancarada: a sociedade não sabe lidar com a diferença.
Achar uma pessoa diferente é normal, afinal não somos tão iguais quanto pensávamos. Apenas somos iguais no que diz respeito ao direito à vida digna, ao direito de buscar a felicidade e algumas outras condições inerentes a qualquer ser humano. Pelo menos é assim que deve ser. Qualquer coisa fora desse ponto é utopia. Mas sabe-se lá como, a sociedade resolveu determinar que qualquer coisa fora de seus padrões é diferente, esquisita, estranha... Achar uma pessoa diferente de si é aceitável. O que não se pode tolerar é que, em razão dessa diferença, cometam-se barbaridades como a que você descreveu no seu texto.
Creio que todas as pessoas que por aqui passam são pessoas resolvidas consigo mesmas e com suas deficiências, ou estão caminhando para isso. Para nós, esses gestos que demonstram uma visão distorcida da realidade devem ser ignorados, pois sabemos que todas as pessoas possuem alguma deficiência. O que me preocupa é saber que ainda há uma imensa gama de pessoas enclausuradas em suas casas, sofrendo toda forma de discriminação, e o que é pior, convencendo-se de que a sociedade está certa ao dizer que uma pessoa com deficiência é coitadinha, incapaz, ou até malnascida, como diziam alguns. O que devemos fazer é tentar trazer essas pessoas para o mundo exterior, para um mundo que é cruel sim, mas também cheio de oportunidades. É claro que isso requer atitudes práticas, pois discursos são vãos. Isso significa fazer com que as pessoas com deficiências que estejam nessa situação se interessem em aprender alguma coisa para que possam ter a mesma oportunidade que estamos tendo nesse espaço.
Quanto à sociedade, esta tem de saber que a igualdade em todos os sentidos não existe, tem de conhecer e aceitar a diferença como algo que não é nem bom, nem ruim, simplesmente diferente! Cumprimentos. Michel
Caros amigos, o texto do nosso caro Flávio revela, de uma maneira singela eemocionante, aspectos fundamentais da vida de uma pessoa com deficiência visual.
Em um primeiro momento, podemos destacar a importância do Braille, que se constitui, vamos assim dizer, numa "janela para o mundo". Ainda que as tecnologias tenham avançado, especialmente no campo da informática, ainda não se criou nada melhor do que manusear um livro, sentir a testura do papel todo preenchido com pontos; nada veio substituir o prazer de ler um texto, abrindo nossa boca para pronunciar as palavras. O sistema Braille abre possibilidades inimagináveis para nós, e da mesma forma que as pessoas que enxergam não abandonam o papel e a caneta, nós também não podemos abandoná-lo.
Em um segundo momento podemos destacar a história de superação de uma pessoa cega. Não é mais uma daquelas histórias propagadas na televisão, muitas das quais parecem mais um filme romântico do que a realidade. Trata-se de uma história na qual vemos uma pessoa vencendo barreiras da sociedade (que sabemos que existem), mas, sobretudo, vencendo a si mesmo. Vencendo o medo, lutando por seus sonhos como que dizendo: "se há pessoas que conseguem, eu também posso conseguir".
Felicito também ao amigo Luís Medina, pelos brilhantes textos e comentários que posta neste portal. Ao lê-los, tornou-se claro para mim que "vencer é uma questão de atitude". As atitudes são nosso cartão de visita, a forma pela qual somos conhecidos. Quando queremos algo, devemos lutar para conseguir ao invés de esperar que alguém faça para nós. Afinal de contas, ninguém é obrigado a nos ajudar, da mesma forma que ninguém é obrigado a doar certa quantia a um mendigo ou a oferecer qualquer outra ajuda. Por fim, digo que aquele que nos ajuda provavelmente deve precisar de alguma coisa também. Devemos estar preparados para ao menos tentar ajudar alguém que precise, pois a convivência harmônica entre as pessoas imprescinde desse vínculo, criado pela vontade de compartilhar. Abraços! Michel
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