Está aqui

Comentários efectuados por Luís Medina

  • Luís Medina comentou a entrada "Brasil - Acompanhante de deficiente terá desconto em passagem aérea" à 16 anos 2 Semanas atrás

    Não, não falou bobagem. Creio que externou um ponto de vista parcial e apaixonado. Mas isto sucede freqüentemente quando não estamos verdadeiramente a defender uma tese,mas nós mesmos. Somos cegos e, às vezes, a imperfeição humana dificulta que nos distanciemos da questão para ter um ponto de vista imparcial. Há duas questões fundamentais: a justiça e a viabilidade. É tão justo que um cego necessitado seja amparado pelo Estado, quanto o seria para qualquer outro. E assim, recursos devem ser fartos ou escassos igualmente para qualquer um dos dois. Não conseguimos concluir facilmente que cegos mereçam mais do que quaisquer outros a gratuidade das passagens aéreas, por isso, devemos enfatizar a necessidade e não a cegueira. Diremos que é justo que um cego viaje para tratar-se de avião. Diremos que é justo que uma criança viaje para tratar-se de avião. Mas a pirâmide social mostra-nos que o número de necessitados é bem maior do que o número de aquinhoados pela boa sorte. Então, já sabemos que não atenderemos a todos. E se os recursos são escassos, devem ser distribuídos de modo que o menor gasto possível per capta, proporcione o maior resultado possível sobre suas vidas. Ora, passagens aéreas são muito caras. Se o Tesouro pode gastar a mesma quantia com a aquisição de muitas caixas de remédio, provavelmente achará que é razoável escolher pela alternativa que beneficie a maioria. Como podemos criticar esta escolha? Não estamos a defender benefícios para os necessitados? Então, concordaremos que o benefício acima referido é muito mais generoso do que as passagens aéreas. Visto que o Poder Público deve permanecer equidistante de seus administrados, pensará em proteger o maior número de vidas possível e, portanto, preferirá a aquisição de remédios à concessão de passagens aéreas. Mas não deveria manter os dois programas e tanto adquirir remédios quanto passagens aéreas? Por este raciocínio, sempre que deixar de comprar remédio para adquirir passagens, terá tratado este passageiro como especial, ferindo a premissa de igualdade entre os seus beneficiados. Talvez privilegiasse a vida de alguns poucos em detrimento de muitos que seriam salvos pelos remédios. Estando em igual condição, acometidos de grave moléstia, não é justo que a alguns seja dado avião e a outros avião e remédio. Justiça não basta quando não é viável.

  • Luís Medina comentou a entrada "Cegos no mundo da programação" à 16 anos 2 Semanas atrás

    Lucas,
    Desde que abri este tópico, evoluí neste assunto e gostaria de dizer-lhe em que consiste esta evolução:
    1. O Pascal é linguagem excelente e, apesar de ter tido contato com outras linguagens, não há outra que mais simpatize. O Freepascal é excelente ferramenta e, no Windows, funciona precisamente com o mesmo funcionamento. Na linha de comando, digita-se "FPC [nome do arquivo fonte}" e o arquivo é compilado. Há quem muito critique o Pascal, mas é rpeciso dizer que não estamos a falar do Turbopascal, cujos recursos são modestos para os padrões atuais. Há muitas bibliotecas e estou persuadido de que com o Pascal pode-se, com maior ou menor dificuldade, fazer qualquer coisa.
    2. Até onde sei, o Pascal utiliza o Window Forms como GUI padrão. Como não há suporte a gerenciadores de geormetria, esta não é boa opção. No linux, terá uma opção a mais. NO Windows, leitores de tela não se entendem com o GTK, mas, segundo ouvi dizer, o mesmo não sucede no Linux. Linux, Pascal e GTK é solução excelente. O único gerenciador de geometria eficiente que encontrei no Windows é o Wx, mas infelizmente, o Pascal não tem suporte a Wx. Uma solução é desenvolver a lógica em Pascal e a interface Wx em C ou Python.
    3. O Pascal possui suporte a banco de dados. Como não sou desenvolvedor profissional, utilizo o Sqlite3, mas pode utilizar o MySQL, o Microsoft SQL Server, além de outros bancos de dados. No início, fazemos os nossos bancos de dados com os records do Pascal. São excelentes para o aprendizado. Creio que o programador que não passa por eles, não tem flexibilidade de raciocínio. Há que lidar com ponteiros, com estruturas de ordenação para sedimentar o pensamento. Mas apesar disso, estes bancos não possuem a flexibilidade de um banco de dados relacional. Recomendo que o primeiro banco de dados depois dos records do Pascal seja o Sqlite3. Possui uma biblioteca simples para os usos simples.
    4. O Pascal permite o acesso a objetos de automação OLE que lhe permitem controlar funções do Word, Excel, Power Point, Firefox, bem como, as funções internas do Windows. Além disso, pode ter acesso simples a funções de DLL. Já utilizei esta opção para automatizar o Excel. Queria gerar um relatório, mas notei que a linha de comando não oferecia boa interface para o meu relatório. Salvei em arquivo, porém, num arquivo Excel. O código não era obviamente interoperável, mas funcionou bem.
    5. Embora o Pascal não seja a linguagem mais apropriada para isso, permite a programação Web por meio de CGI. Há uma biblioteca específica para isso: a Eazcgi. O Pascal antigo possui suas restrições, mas parece que o Object Pascal é linguagem poderosa com muitos recursos.
    6. PHP é também uma opção excelente e aqui temos grandes programadores cegos. Com o HTML, a criação de interfaces gráficas é simples e com as folhas de estilo CSS, podemos utilizar formatações concebidas por pessoas que enxergam. Abomino linguagens que não tem boa documentação. O PHP, entretanto, tem uma documentação online excelente, ainda mais extraordinária do que a do Freepascal. PHP e bancos de dados entendem-se magnificamente bem. PHP não tem grande velocidade para operações numéricas intensas. Para isso, verá que Pascal e C são muito melhores. O Pascal tem desempenho muito bom.
    7. Python é extraordinariamente flexível. Apesar de todo o entusiasmo que tenho pelo pascal, reconheço que com Python desenvolve-se muito mais rápido, escrevendo muito menos linhas. O intepretador vem com um número de bilbiotecas de perder o fôlego. A implementação de listas é muito simples e aquilo que faria com muitos ponteiros em Pascal, consome poucas linhas e pouco cérebro em Python. Contudo, Pascal é mais rápido do que Python. Não há que se falar em linguagem melhor ou pior. Há campos de atuação. Tenho-me entusiasmado com Python. Estou a principiar em interfaces gráficas. No entanto, já lhe posso dizer com toda a certeza que Wx e Python é uma combinação feliz. Com a biblioteca Wx, inicialmente desenvolvida para o C, consigo criar menus, botões, caixas de textos e vinculá-los a funções que realizam tarefas.
    8. A depender de sua carreira, interfaces gráficas não terão realmente qualquer importância. Na verdade, creio que elas são mais importantes para a vida pessoal do que para a profissional. O cego sempre se destacará mais onde a visão não for requerida. Poderá escrever drivers, trabalhar no grande porte e, de certo, neste campo, com Cobol e Dbase, com PL/1, com Clipper tivemos grandes cegos a programar.
    9. Tenho muita curiosidade de saber como cegos se vêem com o Java, com o C, o C++, o C#, O Perl, o Javascript, o Object Pascal, com a JAWS Scripting, com o Scripvox, com o Python, com o Ruby, com o Visual Basic, com o Autoit, com o Lua, com o Logo, com o Abap, com o Matlab, com Logo, com Shell Script, com Batch programming, com VB Script, com XUL, com Dbase, com Mysql, com Sqlite, com ADO, com DAO, com Win32API, com Assembly, com Harbour ou o que mais cegos estejam a utilizar. Ouvi maravilhas de Prolog e Lisp, linguagens voltadas para a inteligência artificial. Desejava saber para que exatamente utilizam estas linguagens e se são úteis como extensão de programas escritos em outras linguagens.
    De prático o que posso dizer é que utilizo Pascal com Sqlite e Python com Wx. Já experimentei PHP com Mysql e HTML e também me pareceu muito bom.
    Gostaria de saber se há uma lista de discussão de programadores cegos. Conheço a JAWS-script-pt, mas esta destina-se tão-somente a programação para o JAWS.

  • Luís Medina comentou a entrada "Brasil - Acompanhante de deficiente terá desconto em passagem aérea" à 16 anos 2 Semanas atrás

    Em princípio, tendo a concordar com o Norberto. Benefícios são muito justos quando se destinam a reparar desigualdades. É forma de fortalecer o fraco que, de outro modo, não poderia crescer. Então, vejamos: é justo que um cego não pague a passagem do ônibus? Se não estiver empregado, em minha opinião, é inteiramente justo. Mas como dizer isso se outros desempregados não têm o mesmo direito? Sim, é verdade, mas a aparente inconsistência se dissolve quando consideramos que muitos deficientes não conseguem locomover-se de outro modo e, assim, seria quase como subtrair-lhes o direito de ir e vir. A seguridade precisa conferir-lhe este benefício para que possa lutar por uma condição melhor.
    E será que é justo que cegos tenham vaga reservada em concursos públicos? Novamente, penso que este benefício é justo. As condições de prova, em geral, são muito piores. Se não lhes dermos este direito, a despeito de seu preparo, poderão ser eliminados por processos injustos. Sei que o motivo da reserva não é apenas este. Também é reserva de vagas. Não gosto da reserva de vagas, deficientes deveriam ser iguais. Mas o fato é que não são e, por isso, enquanto o mercado e o próprio deficiente não amadurecem, um benefício há que ser dado.
    O que quero dizer com isso é que benefícios são justos desde que invocados para restituir a igualdade a quem deveria ser igual. Agora, pergunta-me: sou favorável que deficientes tenham benefício em passagens aéreas? Se for dito assim, de forma crua, direi que sou inteiramente contra. Se não atrelarmos esta viagem a nenhum motivo justo, então, é uma comodidade e não se invocam benefícios para dar comodidade a quem quer que seja. Do contrário, estaríamos a defender que cegos tivessem o direito de freqüentar gratuitamente restaurantes de luxo, a passear de táxi gratuitamente, a adquirir instrumentos musicais importados sem custo, etc. Se não vinculada a um motivo justo, a gratuidade de passagens aéreas para cegos é imoral. Não há milagre. Se há um benefício, há também uma fonte de financiamento. Todos os freqüentadores habituais dos vôos terão um acréscimo no preço de suas passagens para financiar cegos que voam gratuitamente. Então, vejamos: "Gostaria de perguntar a todos vocês que estão neste vôo, se concordam em financiar a passagem deste rapaz cego". "Oh! Creio que sim. É um pobre rapaz. Não gostaria de estar em seu lugar". "Mas veja minha senhora. O rapaz voa toda a semana para jogar uma partida de futebol com os amigos. Visto que não paga nada, utiliza-se do serviço com muito mais freqüência do que qualquer outro". É claro que estamos a falar em desconto e não gratuidade, mas o raciocínio é exatamente o mesmo.
    Todavia, há motivos justos. Será que não é razoável que um cego possa voar gratuitamente para submeter-se a um procedimento médico que não existe em sua cidade? Como posso dizer que isto não seja justo? A saúde pública deveria estar em toda a parte inclusive na cidade de nossa personagem hipotética. Por isso, se o Estado não foi capaz de dar-lhe a saúde em sua cidade, deve levá-lo a qualquer canto onde esta possa ser encontrada.
    Muitos cegos ganham salário-mínimo e não gostaria que as coisas fossem deste modo. Há muito preconceito, há muita desvalorização do trabalho do deficiente, mas também é fato de que temos muitos deficientes inteiramente despreparados. Uma associação de que participei oferecia diversos cursos. Havia um grande esforço para que as vagas fossem preenchidas e para que os financiamentos não fossem cortados. A despeito do desemprego maciço daquele público, não víamos muitos cegos a candidatar-se. Ficavam a gritar palavras de ordem, a reivindicar este ou aquele benefício, mas recusavam-se a sentar na sala de aula. Quando apareciam as oportunidades, sim, anunciávamos o tempo inteiro, a esmagadora maioria se encolhia porque não tinha preparo.
    É certo que havia um outro público que não sabia andar só, que não tinha qualquer independência e que não tinha a oportunidad de freqüentar os cursos. Lamento muito que isto ocorresse. As oportunidades deveriam ser-lhes generosas também, mas isto não sucedia. Sim, Wellington, havia quem realmente não pudesse, mas a maioria podia e ficava apenas a reclamar e a pedir benefícios.
    Havia um bom número de voluntários que se perguntava porque pessoas tão frágeis ao ponto de necessitar de benefícios, não freqüentavam os cursos e concluíam que não mereciam o emprego, que não se esforçavam o suficiente e que os benefícios não foram feitos para financiar a falta de motivação alheia. Ponderavam que os deficientes discursavam uma coisa e agiam de outro modo. Por vezes, ouvi-os mencionar palavras rudes em relação às pessoas deficientes, muitos eram empregadores e após conhecer cegos um pouco mais de perto, não se propunham a dar-lhes um emprego. Aquele que não sabe pedir a coisa justa, acaba por não ter o seu quinhão mesmo quando merece.
    Nem todos os cegos são deste modo. Na verdade, creio que a maioria não o é. Dei apenas um exemplo de coisas que me ficaram gravadas no passado. Não quer dizer nada. É um exemplo não edificante, mas do mesmo modo como há cegos de talento e esforço formidáveis, há aqueles que não têm nem uma coisa, nem outra. Pudera, são seres humanos feitos da mesma matéria frágil do ordinário de toda a raça humana.
    De certo, gostaria de viajar para toda a parte sem ter de despender tão altas somas. Como estas não estão ao meu alcance, acabo por não utilizar o transporte aéreo quando não estou a trabalho. Também eu gosto da comodidade. Sejamos sinceros. Comodidade é realmente muito bom. Mas a despeito disso, não depreendo quais seriam os motivos justos que me permitiriam defender com veemência a gratuidade ou o desconto de passagens aéreas para pessoas portadoras de deficiência. É claro que posso estar errado e, neste caso, Wellington, agradecerei que aponte as falhas de meu raciocínio, pois sempre devemos estar agradecidos a todos aqueles que, aperfeiçoando os nossos pontos de vista, tornam-nos maiores.

  • Luís Medina comentou a entrada "Desabafar" à 16 anos 4 Semanas atrás

    Ana,

    O que você ouviu, jamais deveria ter ouvido de quem quer que seja. Por vezes, falta-nos coragem e é importante que ouçamos uma palavra dura. Dura, porém, respeitosa. É evidente que este não foi o caso e você tem mesmo razão em sentir-se triste. Não se surpreenda, em geral, ouve-se o que há de mais triste dos familiares porque são eles os que estão mais próximos e também aqueles cujas opiniões mais prezamos.

    Gostaria que não sofresse e que houvesse qualquer modo mágico de subtrair-lhe esta angústia. Mas sei que as coisas não são assim. Não a conheço mais do que os seus textos tão cheios de alma deixam entrever, mas, ainda assim, ocorreu-me perguntar-lhe: Está convencida de que os outros não lhe apreciam do modo como é, mas você aprecia? Você confia que estão a dizer bobagem sem medida, que se tivessem um pouquinho mais de discernimento estariam a ver a grande Ana que existe de fato, ou você também duvida desta grande Ana? Isto faz muita diferença. Digo-lhe, Ana, que isto faz a diferença de uma vida inteira.

    Se você também não acredita, então, todas as palavras lhe doerão com muito mais intensidade porque reforçam aquilo que julga ser verdade e que não deseja ouvir. Oh! Ana, como sei do que está a falar, quantas vezes, ouvi palavras indignas; quantas vezes, a desistência de tudo pareceu-me a única atitude honesta e, ainda assim, aqui estou: tão imune a estas coisas que o passado parece-me um filme antigo.

    Mas em que fármaco milagroso o Luís, tão dolorido, curou-se de suas chagas? Atitude e confiança: eis o binômio que tem o poder de mudar vidas. E, de certo, também pode mudar a sua. O primeiro passo é confiar em si, do contrário, cada passo será indeciso, medido, cauteloso demais para que possa vencer os desafios da vida. Se você não confia em si, então, por que estudar? As empresas lhe fecharão as portas. Ninguém lhe dará ouvidos. Todos rirão de si. Não conseguirá a independência, nem financeira, nem afetiva, nem moral. Quem é que pode apostar nos estudos se pensar deste modo.

    O primeiro ato revolucionário que devemo-nos impor é a autoconfiança. Não se iluda: Não irá a lugar nenhum sem ela. Se não a tem, procure observar o exemplo daqueles que conseguiram, procure ajuda de amigos, de familiares ou de profissionais. Não tenha medo em reconhecer-se fraca. Todos nós o somos em algum momento. Não é mal confessá-lo. Quisera eu ter a sua coragem e muito mais cedo teria aberto o coração, primeiro passo fundamental para a grande mudança.

    Também eu fui muito criticado. Não saía de casa, por isso, meu mundo era muito pequenino. E sem conversar com quem quer que seja, com os pais a falar-me como a uma criança, como é que poderia falar o discurso de pessoa madura? Minha fala, além de tímida, era muito atrapalhada, indecisa e, por vezes, incoerente. Sem uma ou outra cicatriz, não se amadurece o pensamento. Seja porque tinha confiança em mim, ou porque não via outro caminho, o fato é que lutei do único modo que sabia: estudei.

    Ana, não pode imaginar o quanto esta atitude, levada ao extremo de um fanático, mudou minha vida. Continuava a crer que poderia não ter nada na vida, mas sentia-me bem em ser valorizado pelos estudos. A princípio, não fui valorizado por nada além disso. Continuava a mostrar a mesma fala indecisa e imatura. De quando em vez, dava-me às rebeldias, mas era vencido com meia dúzia de palavras coerentes. A rebeldia sem confiança e atitude não me valeu de nada, por isso, recolhi-me ao silêncio. Mas o silêncio também nada me trouxe de bom. Quando decidi expor-me, arriscar, os resultados começaram a aparecer. E para cada um deles, comemorei como se fosse o fim. E cada fim era mais um começo. De gota em gota, de atitude em atitude, a vida foi-me tornando mais suave.

    Para cada problema que encontrar, procure a solução dentro de si. Não, esta não é filosofia pueril. Apenas parte do pressuposto que a única pessoa que você pode mudar é você mesma. Antes de culpar a qualquer outro, sempre considere a hipótese de que você mesma seja culpada. Examine-a sob todos os ângulos e se considerar que a causa é externa, ainda assim, terá de olhar para dentro de si, pois, se a causa da angústia está fora, a resistência a ela está dentro. Entre todos os enfoques, sempre procure aquele que mais dependa de si. Às vezes, temos tão pouco domínio de nossas vidas que julgamos não ser mais do que areia que o vento para todo lado empurra. Também eu julguei-me grão. Também eu ouvi dizerem-me que era grão, mas insisti na fantasia de que não era; agi como se não fosse e, afinal, já não era. Os grãos se uniram em montes, os montes formaram dunas e as dunas viraram pedra.

    Talvez o caminho seja o mesmo para você. Espero que nenhuma de minhas palavras a tenha magoado. Já estou cá a escrever há algum tempo e, de fato, não o estaria se julgasse inútil. Ana, você pode vencer tudo o que hoje lhe angustia. Não está certo dizer que somente depende de si, mas depende principalmente de si. Por isso, confiança e atitude. Estude, estude com vigor... Não é o único caminho, mas é o mais simples. Haverá um momento em que se considerará preparada e, ainda assim, os resultados não virão. É quando mais falará do preconceito. Confundirá o preconceito verdadeiro com a mera desinformação. Quantos empregadores temem dar um posto de trabalho para um cego, com o receio de que, sendo este improdutivo, tenha a dura e desumana missão de demiti-lo? Já houve quem mo confessasse. Ele esteve o tempo todo a ouvir falar de associações de cegos que precisavam de doação porque cegos são desamparados, que se havendo convencido e contribuído, concluira que o cego não tinha o perfil de arrojo que apreciaria em sua empresa. Isto não é preconceito. Julgou que os cegos não tinham competência e o que lhe fora mostrado, mais levava à pena do que à admiração. Mas já há algum tempo, tinha-se convencido do contrário e, por isso, mudara sua atitude. Preconceito é coisa diversa. Por isso, dê muita importância à postura. Mesmo que o coração lhe doa, sua atitude tem de ser positiva, pois não se acredita em quem não acredita em si. De quando em vez, finja-se forte, mesmo que a disposição não lhe estimule a fazê-lo. Será o seu treinamento. Ter confiança é como aprender usar uma nova ferramenta: necessita-se de tempo, uso, erro e empenho.

    Sempre que sentir a angústia aflorar-lhe, ponha-a para fora, espere cicatrizar e, depois, exponha-se para ver se realmente cicatrizou. Cada vez que resistir, tornar-se-á mais forte, mais confiante. Não dará o passo indeciso que não leva a lugar algum. Caminhará resoluta e os outros verão que não se abala, que cada obstáculo é destroçado. . Pouco a pouco, num lento conta-gotas a turbulência se esvanecerá e você, Ana, estará aqui, deste lado, a estimular outros que sigam o seu exemplo, que sejam fortes e creiam, porque a filosofia do crer com a ferramenta do agir realmente valem a pena.

  • Luís Medina comentou a entrada "Braille: Aprendendo com Paixão" à 16 anos 1 mês atrás

    Flávio,

    Possui talento na vida e na escrita e compartilho com sua visão de mundo. Sei que a justiça e a bem aventurança não são bens distribuidos equitativamente e que muitos podem queixar-se de ter mais atitude do que sorte, mas ainda assim, penso que a atitude é o grande mérito dos que vencem na vida. Conheci muitos cegos queixosos, que se compraziam em cultuar a própria dor. Agiam como se a sociedade tivesse de os indenizar pela má sorte. Tornavam-se pessoas desagradáveis, amargas, que não sabiam sorrir e não cativavam o sorriso alheio. E como sabemos, quem prenuncia a desgraça a todo momento, procura não se mexer para não desencadear o mal. É aquele pensamento que diz: "Está ruim, mas pode ficar pior".

    Mas há aquela categoria mais perniciosa que, não querendo sentir-se só em sua cruz, deseja convencer jovens de que nós, animais cegos, somos desfavorecidos pela seleção natural e que os fortes inexoravelmente enxergam. Um deles dizia-me: "Estudar... Estudar... Estudar... Será que não se cansam de dizer esta bobagem! Que os doutorzinhos cegos me apontem quantos deles tem alguma coisa na vida, quantos ganham mais do que eu na banca. A vida, filho, é coisa muito dura e infelizmente ela é mais dura com os cegos. Há essa coisa bonita de dizer que todos somos iguais, que um cego tem capacidades como qualquer outra pessoa, que estudar é a solução para tudo. Eu prefiro o pé no chão. Prefiro deixar que os doutorzinhos fiquem a pensar que vão a algum lugar. O que o cego precisa, não é de estudo. Será que ninguém vê? O cego precisa de emprego. Há uma lei que diz que cegos devem ser empregados. Pois eis o ponto. Eis aquilo que há de importante para lutar. Temos de exigir que estes empregadores de mau caráter cumpram a lei. Os doutorzinhos deveriam preocupar-se com a lei. Ao invés disso, preferem falar bonito e mostrar os seus diplominhas que não enxem barriga!.

    Não direi que este conhecido não gozasse de nenhuma virtude. Contudo, a maior de suas virtudes era o catalizador do mal que espalhava. Era líder, ouvido, admirado, com ares de político. Tinha o poder de estender sua estreiteza de mundo a muitos jovens cegos. Falava de emprego como se não houvesse nem a mais tênue relação entre trabalho e qualificação profissional. Mas para quem também conhece estes profetas da maldição, não lhes dêem ouvidos. Para o sucesso profissional, é necessário talento, meios e oportunidades. No passado, a escassez de meios tolheu os talentos. Hoje, com um pouco de talento, conquistam-se os meios e, então, as oportunidades começam a aparecer. Não nos enganemos. Não há lei que nos proteja da má formação.

    Há quem não goste de expor as coisas nestes termos. Porque a maioria dos cegos não possui qualificação, parece cruel expor sua condição de fragilidade. Eis que cada um tem de reconhecer suas próprias fragilidades, pois é o único caminho para que possa combatê-las. Para alguns, isto significará matricular-se num curso. Para outros, arranjar dinheiro; para outros, arranjar confiança; para outros, conseguir sair de casa; para outros, aprender a ler. Uns têm caminho mais curto; outros, mais longo. Alguns concluirão que o caminho é muito longo, que andam a velocidade reduzida e que, assim, não chegarão a lugar nenhum. Ora, ora, a vida não é um túnel em que haja luz somente em seu fim. Há muita coisa boa no meio do caminho e, por isso, o empenho deve tornar-se o ópio de cada um. E tenho freqüentemente ouvido: "Luís, isto que fala aplica-se a outra categoria de indivíduos. Sou um barco sem leme, sem vela e sem vento. Talvez tenha controle de um porcento de minha vida. Como quer que estas palavras me ajudem?" E então, pergunto-lhe: "E você realizou este um porcento?" E como se pode chegar a dois, a dez, a cinqüenta, a oitenta porcento sem que antes se tenha alcançado um.

    No passado, tinha medo de que cegos não pudessem ter sucesso. Receava que isso fosse discurso terapêutico destinado a confortar aquele que tem pouco. Hoje, sou coordenador de uma equipe multidepartamental de 16 indivíduos em um projeto que beneficiará cerca de 500 usuários. Há quinze anos, esta perspectiva seria risível. Chefiar uma equipe? Mas se nem mesmo encontrava conforto em sair de casa! Se nem mesmo conseguia pronunciar duas frases completas sem que a maldita gagueira da submissão me aflorasse na garganta! Estudei em uma fraquíssima escola pública. Não tinha dinheiro para pagar a faculdade. Não tinha convívio social. Não freqüentava instituições de apoio. Não tinha amigos. Não tinha perspectiva. Não tinha confiança. Tinha vergonha da bengala e, principalmente, de mim. Mas tinha o amor de meus pais e, por isso, estudava para dar-lhes a alegria de bons boletins. Com dez anos, lembro-me de estar caído sobre um grande ralo que havia no pátio da escola, com receio de erguer-me e levar novo sopapo dos meninos cruéis que zombavam e perseguiam. Com quinze, falava meia dúzia de palavras para que, falando menos, pudesse também ser menos ridículo. Com dezoito, tinha a consciência de minha solidão e entendia a vida e a morte como duas opções naturalmente válidas. Durante o ensino médio, o pouco de visão que me permitia ler com ums óculos muitos grossos desapareceu e não sabia Braille. Continuei a estudar apenas ouvindo as aulas. Fiz a faculdade menos por convicção, mais porque não julgava ter outra alternativa. Queria emprego, mas ele não veio antes de quatro anos. Como não tinha nada a fazer, fiz o mestrado e sustentei-me com uma bolsa. Vieram os computadores, a Livresco e o Querer Saber. Li cerca de 500 livros. Estudei inglês, espanhol, italiano e esperanto. E continuei desempregado. A falta de confiança é o câncer da atitude. Estudei finanças, programação e dediquei-me a trabalho voluntário. O emprego finalmente veio, mas fracassei porque não gostava de minha área. Resolvi prestar concurso público. Acumulei fracassos. O vencedor é geralmente aquele que fracassou por mais tempo e não desistiu. Primeiramente como membro e depois como coordenador de uma equipe de projetos, estava trilhado o caminho da realização profissional.

    Há que se viver sem o medo de descobrir-se incapaz. Freqüentemente, ouço cegos a falar que estão empregados, mas não realizados, que seus chefes não lhes tem confiança, que possuem mais preparo do que atribuições. Contudo, verifico que muitos crêem que podem conseguir o emprego, mas tem de não expor-se para que suas limitações não apareçam. Ficam o tempo inteiro a economizar-se, pois não deseja bater no peito e dizer "deixa comigo" e, em seguida, ter de confessar que não foi capaz. Sim, este risco existe mesmo, mas economizar-se, além de protegê-lo de alguns riscos, também protege-o contra qualquer vislumbre de sucesso, pois este depende muito do risco que se assume.

    É o milagre da atitude que não resolve todos os problemas do mundo, mas torna-o muito mais simples de viver. O único texto que publiquei no Ler para Ver, denominado "O Cerco", http://www.lerparaver.com/node/8262, versa precisamente sobre este tema. Parabéns, Flávio, são textos como este que podem transformar anões em gigantes.

  • Luís Medina comentou a entrada "só vencemos na vida depois de vencermos nós mesmos" à 16 anos 1 mês atrás

    Com tanta gente a dar bons exemplos, não parece razoável que alguém ainda tenha dúvidas de que o cego pode ter uma vida de êxitos. De fato, há gente a mostrar-se apta em campos em que não se poderia presumir a presença de cegos. Por vezes, penso que reconhecê-lo é demonstrar que somos mais responsáveis por nossa vida do que gostaríamos. Ao contrário do que parece, ter tal responsabilidade, pesa-nos no peito. Quando algo sucede de mal, é sempre muito bom encontrar uma desculpa. Isto não é crítica. Isto é humano. Ninguém gosta de sentir-se culpado e, por isso, busca a causa externa para explicar o fracasso.

    Admito que a causa externa existe e que muitas vezes rouba-nos o êxito a despeito dos esforços mais intensos. No mundo ideal, consegue aquele que merece. A realidade é que o mérito nem sempre é vitorioso. Há fatos extraordinários que subvertem a ordem das coisas. Mas não se há de planejar a vida tão-somente com fatos extraordinários. Há muito mérito em perseguir o mérito sem a certeza do sucesso. Se tivéssemos a certeza, o mérito seria menor porque não passaria de troca previsível entre esforço e sucesso, algo mais ou menos como uma compra a prazo.

    Conheço gente que vê o sucesso como algo místico, um súbito estado de iluminação, produto de uma mente que manipula algoritmos interditos às pessoas normais. Quando resgatamos a história dos grandes gêneos, concluímos que eles foram bem-sucedidos apenas porque fracassaram por mais tempo. Não há nenhum mal em recolher-se e chorar um pouco. As lágrimas apaziguam o corpo. Todavia, a paz de espírito somente se consegue com o mérito da resistência: resistir ao desconforto da primeira caminhada, à recusa do primeiro flerte, à escassez de material didático, ao joelho partido no futebol, à carteira vazia, ao pânico da primeira entrevista... Há que se resistir a tudo que nos afaste do mérito, especialmente o louco desejo de não mais resistir.

  • Luís Medina comentou a entrada "Cegos no mundo da programação" à 16 anos 2 meses atrás

    Rui,

    Gostaria de utilizar WX com C. Mas ainda não tive êxito. Encontrei uma página chamada "A Casa de Just" em que era descrito o procedimento para instalar o aplicativo. Não obtive êxito.

    Há uma quantidade inacreditavelmente grande de linhas de comando, de cópias de arquivos, de configurações, etc. Como ele apresenta diversas ferramentas, não sei se entendi corretamente o método. Instalei o WxDev-C, o Msys e tentei seguir o procedimento. Mas muitas linhas de comando deram erro.

    Você sabe como instalar ou saberia onde poderia buscar esta informação?

  • Luís Medina comentou a entrada "Cegos no mundo da programação" à 16 anos 2 meses atrás

    Gustavo,
    Esta regra é uma constante nos grupos, mas isto não o impedirá de perguntar o que deseja, desde que antes tenha feito algum esforço para encontrar a resposta por si mesmo. Você começará a ler a apostila, terá dúvidas. Pergunte sobre o que leu e demonstre que leu. Não creio que se recusarão a responder perguntas de alguém que se esforça.

    O que eles não desejam é ouvir perguntas como: "O que é uma variável?" Hoje, você tem dúvidas como esta por que não começou a estudar. No entanto, este não é o tipo de pergunta que será bem recebido.

    Imagine que alguém lhe perguntasse: "Gustavo, poderia contar-me a história do Brasil imperial?" Você provavelmente responderia: "Mas o que você quer saber sobre o império, independência, constituição, revoltas, escravos, comércio internacional, industrialização, artes?" Por esta pergunta, você concluiria que o seu interlocutor não tem uma dúvida. Na verdade, ele deseja uma aula e, isto talvez você não tenha condições de dar. O propósito da regra é separar a dúvida da aula, visto que o grupo presta-se apenas à primeira categoria de assuntos.

    Para que tenha dúvidas de verdade, deve estudar o material que lhe indiquei. Não procure muito os caminhos fáceis. Nenhum grande programador nasceu sem uma grande dose de esforço. É saldável que você pergunte quando tiver dúvida, mas antes se policie para perceber se o que você expõe é uma dúvida e se realmente esgotou os seus meios. Quanto mais demonstrar que estudou, mais credibilidade terá e, quanto mais credibilidade, mais as pessoas se entusiasmarão em ajudá-lo.

    além disso, quando não se tem aula com um professor, não há o que substitua uma boa apostila. Ela permite que você progrida passo a passo. Notará que muitas respostas, deixá-lo-á mais confuso. É que mencionarão ferramentas e técnicas que não teve contato e que, na verdade, são assunto para mais tarde mesmo.

  • Luís Medina comentou a entrada "Cegos no mundo da programação" à 16 anos 2 meses atrás

    A despeito de considerar o Python mais flexível do que o Object Pascal, ainda prefiro o último. O Python implica indentação dos comandos. Há programadores cegos em Python, portanto, é certo que se adaptaram a este problema. Mas ainda fico incomodado pela falta de clareza do código, já que a leitura da indentação não é muito prática.

    Sei que está certo. O Linux é ambiente mais adequado à programação, mas ainda assim, resisto em mudar-me para lá. O Orca evolui a passos largos, mas há aquele conjunto de conhecimento adquiridos sobre o Windows os quais trazem conforto.

    O TK é magnífico mesmo. Mas o JAWS não lê absolutamente nada. Nunca me deparei com janela assim inacessível. quando o caso é assim grave, creio que scripts não resolvem. O Python possui uma ferramenta chamada py2exe, por meio do qual arquivos de script são convertidos para executáveis. Bem, na verdade, ele não exatamente converte. Os arquivos gerados incluem um mini-intepretador que automaticamente processa os scripts. Neste processo, algo sucede porque janelas TK passam a ser inteiramente acessíveis. Esta seria uma opção? Talvez, mas o Python é linguagem interpretada e, portanto, convém que a utilizemos deste modo.

    O WX é uma biblioteca mais prolixa. Não possui esta limpidez do TK e do GTK. Mas creio que é a melhor opção.

    O único contato que tive com o GTK, foi por meio do PHP-GTK. Pareceu-me inteiramente inacessível. Mas certamente o preferiria se fosse possível. É possível que esteja a falar bobagem, mas parece-me que o GTK inclui um componente para compatibilidade com leitores de tela. Se isto é fato, então, creio que somente o Orca o soube aproveitar.

  • Luís Medina comentou a entrada "Cegos no mundo da programação" à 16 anos 2 meses atrás

    Se você ligasse a televisão e tivesse alguém a falar em croata, crê que se sentiria à vontade? De certo, não. Poderia chamar alguém que soubesse croata e lhe traduzisse o discurso. Um intérprete poderia sentar-se diante de você e, a cada frase em croata, ele falaria o correspondente em português. Mas poderia fazer diferente. Poderia dar-lhe o DVD para que trabalhasse em casa e, no dia seguinte, voltasse com um outro com a tradução completa para o nosso idioma.

    Se achou o croata complicado, então, não quererá falar na língua dos computadores. É que eles entendem somente zeros e uns! Se você quizesse dizer ao computador que tem 13 anos, teriia dizer-lhe que tem 1001, pois é esta a representação de 13 no sistema binário! E se lhe disser que as letras, os símbolos, os sons e as imagens também são zeros e uns? Há um desacordo. O computador quer falar tão-somente nesta língua esquisita. Nós, felizmente, somos mais flexíveis. Já que ele não entende o português, podemos falar por meio de uma linguagem de programação. E quem traduzirá a linguagem de programação para a linguagem de máquina? Isto é tarefa para os interpretadores e compiladores.

    O interpretador adota a estratégia do primeiro intéprete de croata. Lê a primeira linha do código escrito em uma linguagem de programação e, em seguida, executa-a. Lê a segunda e executa-a... e assim por diante. O compilador adota outra estratégia. Você lhe apresenta todo o código e, então, ele interpreta tudo de uma única vez, gerando ao fim, um arquivo executável escrito em código de máquina.

    Pascal e C são linguagens compiladas e, por isso, geram arquivos executáveis, no Windows, normalmente com a extensão ".exe". Python, PHP, Perl e Javascript são linguagens interpretadas, por isso, não geram um executável. O programa é um arquivo de texto que é submetido ao interpretador da linguagem. O Python 2.6 é o interpretador da linguagem Python. Se você escrever o código e não tiver o interpretador, nada sucederá, pois para o Windows, o seu código não é mais do que um simples arquivo de texto.
    Se você instalou o interpretador do Python, então, ele está à espera que digite um código em seu Bloco de Notas, Wordpad ou outro editor de textos qualquer que produza arquivos TXT, salve o arquivo com a extensão ".py", feche-o e submeta ao intepretador. Abra a linha de comando e digite, por exemplo: "python c:\fonte\meuprograma.py". Isto nem sempre será necessário. A depender do programa que fizer, bastará simplesmente clicar "enter" sobre o arquivo com extensão ".py" e, pronto, seu programa já estará rodando.
    A questão é: o que você escreverá em seu código fonte? Aqui reside quase 100% do problema. Você deve dominar a linguagem de programação Python. O conteúdo é tão extenso que, de certo, nem teria êxito, nem conhecimento para instruir-lhe. Para isso, fica a dica do Apostilando.com e dos grupos de discussão. além disso, não aprendi muito de Python. Minha linguagem mesmo é o Pascal, ou melhor, o Object Pascal que, com a popularização do ambiente de desenvolvimento Delphi, ficou conhecido por este nome. Utilizo O Freepascal Compiler 2.2.2. Esta também me parece uma boa opção. Na verdade, há muitas boas opções que pode ser encontrado em www.freepascal.org.

    A discussão de qual linguagem de programação é a melhor, freqüentemente, é discussão inútil. Pascal não se presta facilmente a programação de páginas de Internet, mas é incrivelmente mais rápida do que o Java. O PHP é magnífico para a Internet, mas é lento para grande processamento numérico. O Assembly é a linguagem mais próxima da máquina e, por isso, consegue mexer em suas entranhas, mas absolutamente impraticável para a elaboração de interfaces gráficas. O Python pode ser utilizado para fazer aplicativos comuns, mas também para a programação em Internet. Possui muitas bibliotecas, ou seja componentes prontos para uso que não necessitam ser programados por você. O Pascal, o C, o Java, o PHP e tantas outras, possuem muitas bibliotecas. A escolha da linguagem é um pouco de gosto e um pouco de necessidade. Quem procura emprego, pensará muito no Java, no Visual Basic e no C Sharp, pois, como tantas outras, são muito valorizadas pelo mercado.

    Se você se interessa por programação, vá em frente. Temos o exemplo de grandes programadores cegos. Boa sorte!

Páginas



41 a 50 de 59